Hoje, estamos animados para apresentar uma entrevista com um dos artistas de tatuagem talentosos da Rússia — Matty Nox.
O artista mora em Moscou e trabalha na KRAPIVA tattoo studio. Sasha (Matty Nox) tem envolvimento profissional na tatuagem desde 2010. Na sua obra, ela experimenta a fusão de diferentes estilos. Você pode ver a leveza da aquarela misturada com a crudeza do Art Brut. Essas combinações ousadas ressoam com os fãs de estilos de tatuagem conceituais!
Vamos começar com uma pergunta tradicional: Como tudo começou? Como você começou a fazer tatuagem e qual era sua profissão antes disso?
Tudo começou de forma bastante acidental quando decidi fazer uma tatuagem personalizada. O artista apreciou meu esboço e sugeriu que eu trainhasse sob ele. Eu estava curioso para ver se eu poderia provar-me em um campo criativo. Naquela época, eu já havia terminado o curso de Artes e Gráficos e trabalhava como designer gráfico, tive algum sucesso na fotografia — mas sempre quise desenhar minhas próprias imagens. Para mim, é importante crescer nesse campo e buscar meu próprio estilo. O material não importa realmente — seja papel, tela ou pele.
Além disso, mesmo que meu "mentor" trabalhasse em um apartamento e cozinhasse suas ferramentas em potes que ele usava para cozinhar, ele estava ganhando dinheiro decente — o que foi um argumento convincente para mim naquela época da minha juventude.
Naquela época, eu acreditava que eu criaria algo original — diferente dos outros artistas que faziam imagens encontradas na internet. Eu pensava que faria muitas coisas belas e mudaria o mundo para o melhor. Esses ideias eram bastante ingênuas, mesmo em 2010. Eu tive que esperar pacientemente por pedidos interessantes, pois a maioria das pessoas só queria borboletas e símbolos de infinito. Eu tive que concordar, convencer as pessoas de mudarem de ideia ou recusar. Eu não me desviava da minha posição, e com o tempo, os clientes começaram a considerar minha opinião e gosto.
Então, comprei algumas máquinas de tatuagem (Khrust Kostey — "O Bonecrush" — de Rechnoy, e Micro Jones por Seth Ciferri) e outros equipamentos com o dinheiro que ganhei em trabalhos comerciais de fotografia, e comecei a fazer tatuagem no meu primeiro estúdio — uma oficina no sótão do garage dos meus amigos.
Você lembra de seu primeiro cliente? Como você se sentiu ao fazer sua primeira tatuagem?
A minha primeira experiência foi desagradável. Meu primeiro "vítima" era muito magra, constantemente gemendo e se debatendo. Ela sempre saía para fumar e ligar para seu namorado. Ainda assim, nunca fui preocupado em causar dor — minha única preocupação durante o trabalho é produzir uma tatuagem de qualidade.
Após corrigirmos uma tatuagem antiga juntos, meu "mentor" me deixou sozinho e desapareceu por três anos. Um dia, de repente, ele me mandou uma mensagem: "Excelente trabalho! Você vai se destacar!" Eu respondi: "Por que você não ajudou-me, mestre?" E ele disse: "Você precisa ser digno da atenção do mestre." Essa é a atitude severa dos artistas de tatuagem tradicionais.
Quais estilos você tentou antes de se decidir pela aquarela?
Eu tentei quase todos os direcionamentos — do trabalho gráfico até o polka de lixo. Você precisa descobrir o que você gosta, o que você é capaz de fazer e como melhor expressar suas ideias — ou a visão do seu cliente.
Quem ou o que inspira você?
Encontro inspiração em todos os lugares — em filmes, animais, pássaros e em outras obras de arte. Às vezes, uma imagem de algo tão inesperado quanto um coelho destruído pode despertar emoções que quero expressar com desenhos. Agora, estou fascinado por tudo relacionado ao mar — yachts e barcos, fabricas de navios e torres de luz, peixes e outras criaturas marinas.
Você consegue lembrar de qualquer evento curioso ou extraordinário na sua carreira de tatuagem?
Cada cliente é uma história. Eles vêm de diferentes profissões, e aprendo muito com eles. Passo muito tempo com pessoas que normalmente não interagiria no dia a dia — médicos, astrônomos, jornalistas, investigadores. Sempre "entrevisto" meus clientes — pergunto sobre seus empregos, países que viajaram, ou até quais novelas de soap opera são dignas de assistir. Adoro meu trabalho! :))
Você pode compartilhar seus planos para o futuro próximo? Você está considerando viajar para fazer tatuagens? Há convenções que você está planejando participar?
Quero mudar a direção e o estilo do meu trabalho — torná-lo mais minimalista. Espero sair do meu conforto e criar algo completamente novo. Em 2017, planejo fazer algumas viagens para tatuagem — pelo menos pela Europa. Quanto às convenções — elas não são realmente minha coisa. Eu não tenho espírito competitivo, e todo o movimento e caos das convenções me cansariam. Prefiro trabalhar em um ambiente calmo e aconchegante, um a um com o cliente, sem atenção indesejada.
Sasha, muito obrigada pela entrevista interessante! Esperamos ver suas novas descobertas criativas!
Muito obrigada!
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