Quando as linhas ousadas do tattoo clássico americano tradicional encontram a geometria angular e a paleta vibrante do Futurismo Italiano, a pureza do movimento aparece na pele. Isso é o selo de Alberto Lelli, artista bolonhês de 29 anos (@albertinodabologna). Trabalhando no Fun City Tattoo, a legenda de Nova York, ele transforma trombetas de jazz, cowboys e paisagens urbanas neon em posters de 4 ou 5 cores que gritam pelo quarto, mas prometem envelhecer com elegância. Sua carreira já inclui um prêmio de “Melhor Tattoo Tradicional” na convenção de Catania e participações em cidades como Londres e Sacramento.

Artista de tattoo Alberto Lelli (@albertinodabologna)

Alberto’s princípio diretor é o movimento—através da viagem, através da busca constante por formas e através das histórias pessoais dos clientes. Cada tattoo é uma narrativa, seja um cartão de amor para Nova York ou uma homenagem a seu amigo Matt, cuja costela se tornou uma paisagem urbana completa. Na nossa entrevista, discutimos liberdade, a influência da arte avant-garde dos anos 1930, os livros que se transformam em folhetos de tattoo, e por que uma fome infinita por exploração importa mais a ele do que qualquer prêmio.

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— Alberto, como você começou a se envolver com o tattooing? Você lembra do momento em que percebeu que queria dedicar-se a ele?

— Eu recebi minha primeira tattoo no dia seguinte de completar 18 anos, e no mesmo dia percebi que o tattooing era o que realmente queria fazer. Provavelmente foi a energia dentro da loja—lojas antigas carregam história com elas, todas as pinturas, desenhos nas paredes e objetos coletados ao redor do mundo. A partir do primeiro segundo que entrei, senti que ser tattooer era uma forma de ser livre, e a liberdade é uma das coisas mais importantes na vida.

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— Como você chegou a misturar o tattoo tradicional com o futurismo em seu estilo?

O colégio em que eu estudava focava em arte. Estudar história da arte ajudou muito no meu desenvolvimento no tattooing. O Futurismo Italiano era muito dinâmico e diferente de tudo o que havia antes; suas formas gráficas e uso de cores se relacionam bem com tattoos. Após um período inicial de respeitar referências tradicionais, comecei a misturar formas e criar diferentes tipos de temas com base nas coisas que vejo ao redor e online.

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— Como você descreveria seu estilo? Quais emoções você quer provocar no espectador?

— Uma boa palavra para descrever meu estilo é dinâmico. Eu não me mantenho em um só lugar por muito tempo—mudo bastante.

— Você frequentemente usa cores vibrantes, personagens e cenas da vida urbana. O que está por trás dessas imagens?

— A maioria dos meus tattoos de flash vem de cenas da vida pessoal. Eu também faço muitos trabalhos personalizados baseados em experiências de outras pessoas. Após ver meus desenhos ou tattoos, os clientes frequentemente me pedem para interpretar ideias ou eventos de suas próprias vidas.

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— Qual tattoo tem sido especialmente significativo para você—seja pessoalmente ou profissionalmente?

— O tattoo da costela do meu amigo Matt é minha obra mais importante, tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Terminei-o apenas antes de migrar para Nova York. Foi um momento energético e criativo onde tentei homenagear Londres—a cidade que estava deixando—e Nova York—a cidade que estava indo para—. Eu sempre serei grato a Matt por como trabalhamos juntos nesse tattoo. Tô pensando em você, Matt.

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— Quais artistas tiveram uma influência forte em você? São principalmente artistas de tattoo, pintores, designers ou arquitetos?

— Definitivamente pintores do passado, especialmente dos anos 1930 a 1960. No tattooing, obtenho inspiração diariamente das pessoas com quem trabalho—todos no Fun City são incríveis, tanto no tattooing quanto na pesquisa pessoal que eles fazem sobre o que querem impulsionar na arte.

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— Quais abordagens técnicas você usa para manter o equilíbrio entre tradição e avant-garde?

— Eu não tenho uma abordagem específica. Eu empurro as coisas que amo e as que vejo. Eu sei que muitos clientes apreciam o twist que coloco nas referências tradicionais, então tento equilibrar a experimentação com o que já funciona bem. Eu sempre lembro das regras tradicionais de tattoo: deixar pele aberta e usar preto pesado para contraste.

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— Qual é seu processo típico ao trabalhar com um cliente—da ideia à execução?

— Após uma consulta, começo a pesquisar referências em livros—isso geralmente é a parte mais longa. Uma vez que tenha tudo o que precisa, desenho o tattoo para o dia da consulta. Mostra o desenho naquele dia e, se houver necessidade de alterações, ajusto-o na loja. A maioria das vezes, o desenho que trago é o que o cliente recebe, o que me faz feliz porque significa que eu consegui interpretar o que estava na mente de alguém else. Pequenos ajustes são parte do jogo.

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— Você tem um sonho criativo ou um projeto que quer levar a cabo?

— Estou trabalhando em algumas pinturas a óleo—vamos ver o que 2026 trará.

— Conte-nos sobre sua experiência participando de convenções de tattoo. Você ganhou algum prêmio nessas ocasiões?

— Participei de muitas convenções ao longo dos anos. As mais notáveis são Sacramento, Califórnia, a SA em Cidade do Cabo e a convenção de Bristol no Reino Unido. A que atendo anualmente é em Catania, Sicília, onde ganhei “Melhor Tattoo Tradicional” uma vez.

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— Como está seu calendário de agendamento? Quantos clientes estão na fila para 2025?

— Eu geralmente agendo mês a mês porque gosto de viajar e não quero me sentir sobrecarregado. Quando um mês está completamente agendado, sinto-me bastante sólido. Eu sempre tenho viagens em andamento, e na estrada consigo preencher os espaços vazios.

— Você viaja muito. Pode compartilhar seus planos criativos e profissionais para este ano? Onde as pessoas poderão encontrá-lo ou ver seu trabalho?

— Definitivamente nos Estados Unidos. Nova York é minha base, mas já trabalhei em Chicago, Minneapolis e outras cidades importantes dos EUA. Estou planejando voltar a San Francisco, San Diego, Santa Fe e Nashville.

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— Qual ideia ou mensagem você quer deixar para os leitores do INKPPL? O que é mais importante para você—na arte e na vida?

— Para mim, a coisa mais importante é ter uma fome constante por pesquisa—sempre procurando algo novo para trabalhar. Estude o que foi feito no passado, pague homenagem a isso e traga-o de volta à vida de uma forma diferente que reflete como vivemos hoje. Obrigado pela sua atenção.


Confira a página do Instagram de Alberto para ver mais de seu trabalho e agendar uma consulta.